Alguns chegaram mais tarde, mas a maioria de nós foi batizada na igreja. Uns tantos passaram pelo “sufoco” de decorar páginas e páginas do Catecismo – inclusive com possibilidade de castigo se as coisas não saíssem como mandava o figurino. Depois veio a confirmação (e, de quebra, os sapatos novos!), para alguns o casamento, seguindo-se assim a vida congregacional, alimentada em cultos dominicais.
O culto, assim, constitui-se no espaço da edificação semanal, o local do encontro, da convivência coletiva de um grupo que se identifica com princípios de fé comum. Bonito, num tempo em que se esgarçam cada vez mais as costuras da relação humana, em que se acentua o individualismo e cada um procura viver por si.
Pensando nisso, percebo o quanto somos privilegiados em nossa congregação Concórdia. Ela tem sido um espaço fecundo e um lugar bom de se estar. Hoje, no Brasil, abrem-se igrejas como se abre uma pizzaria. Brinca-se com a vida, com a fé das pessoas e, não raro, os donos do brinquedo vão se divertir depois na Disneylândia. Vêm, vão e desaparecem “como se desvanece, na orla do mar, um rosto na areia”, no dizer de Foucault. Felizmente fazemos parte de uma igreja que tem referências, que tem norte, que é confessional e tem um fundamento sólido. E onde há alegria – o que muitos achavam ser incompatível! Basta ver as crianças a cada domingo abanando seus papéis coloridos de alegria, os jovens dedilhando acordes e tamborilando louvores vários, mulheres joviais e outras nem tanto depositando no altar vez que outra suas sacolinhas marcadas de gratidão. As meninas, com suas canções afinadas, deixam rastros de emoção em nossa escadaria de pedra e as pregações do pastor Roberto vão repatriando as alegrias que perdemos no Éden. Somos todos filhos da esperança, renascidos, perdoados, novas criaturas. Somos membros de uma igreja alegre.
Observava dia desses uma menina, não mais de três anos, tentando abrir sua garrafinha de suco. Não obtendo sucesso, pede ajuda ao pai: “Pai, vamos misturar nossas forças?” A idéia, pensei, é ótima para a nossa congregação. Ela renova a idéia de união, porque misturar é mais do que unir. Com tantas coisas boas em nossa congregação, embora já unidos, precisamos misturar cada vez mais nossas forças. Com alegria – que já é nossa marca.
Astomiro Romais (membro da Concórdia)
Professor Curso Comunicação na ULBRA
terça-feira, 25 de março de 2008
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